IMPRESSÕES DO HOLOCAUSTO BRASILEIRO POR AURILENE BARBOSA

Terminada a leitura do holocausto brasileiro de Daniela Arbex, depois de muitos capítulos que me emocionaram ao extremo, tendo que parar a leitura com sentimentos muito fortes causando uma tristeza na alma.
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Confesso, que desde a minha tenra idade a loucura sempre me cativou, aqui no meu Estado o Piauí, tivemos nossos hospitais que cometiam horrores, acredito que não como no colônia, e eu muito cedo adentrei tanto no Meduna como no Areolino de Abreu para visitar tios meus, primos da minha mãe, que sempre internavam e tinha também a história do meu pai que havia passado pelo Meduna (um dos hospitais psiquiátricos do Piauí).
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Tempos depois meu irmão: Airan e a convivência diária dentro do sistema hospitalar psiquiátrico (pois ele nunca ficou sozinho lá, fosse dia ou noite) , a esquizofrenia dentro da família até hoje, através do diagnóstico dele.
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Retornando ao livro, observa-se que tragédias como a do nosocômio colônia nos colocam frente a frente com a intolerância social que continua a produzir massacres: Carandiru, candelária e outras são apenas novas denominações para velhas formas de extermínio. Outrora foram os judeus, hodiernamente são os pobres, os negros, os dependentes químicos, e, com eles temos o retorno das internações compulsórias temporárias. Será essa a política pública que se necessita?
O fato é que a história do colônia representa a vergonha da omissão coletiva que fez mais de 60 mil mortos e que estão de volta nos hospitais públicos lotados que continuam a funcionar precariamente em muitas cidades brasileiras. Multiplicam-se nas prisões, nos centros de ressocialização para adolescentes em conflito com a lei nas comunidades a mercê do tráfico. O descaso com a realidade e a falta de políticas públicas efetivas nos transforma em prisioneiros dela.
Parabenizo a escritora Daniela Arbex, através de sua fala, pois como bem aduziu: “Escrever Holocausto brasileiro foi a forma que encontrei de lembrar que não podemos jamais nos esquecer das vítimas da omissão coletiva. Afinal a literatura é um dos caminhos para o reencontro com nossa humanidade”.
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