Dodge pede que Supremo proíba apreensão de livros

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã deste domingo (8), a suspensão da decisão judicial que, no sábado (7), permitiu a apreensão de obras na Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Títulos com temática LGBT estão na mira do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
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O pedido de Dodge - que pode ser rejeitado pelo Supremo - é mais um capítulo no vaivém judicial que envolve a feira literária, que termina neste domingo, no Riocentro. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, determinou na quinta-feira (5) o recolhimento de livros tidos como "impróprios para menores".
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Amparados por uma decisão do presidente do Tribunal de Justiça fluminense, desembargador Cláudio de Mello Tavares, fiscais à paisana da Secretaria de Ordem Pública (Seop) de Marcelo Crivella fizeram uma varredura nos três pavilhões da Bienal na tarde de sábado.
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"Não foi encontrada nenhuma violação às normas legais", afirmou o coronel Wolney Dias, subsecretário operacional da Seop, ao término da inspeção.
O penúltimo dia da Bienal também teve distribuição de livros com a temática LGBT e um ato contra Crivella, com beijaço e palavras de ordem.
Dodge cita 'censura genérica'
Na manifestação, Raquel Dodge afirma que a medida “visa a impedir a censura ao livre trânsito de ideias, à livre manifestação artística e à liberdade de expressão no país”.
“A decisão ora impugnada fere frontalmente a igualdade, a liberdade de expressão artística e o direito à informação, que são valorizados intensamente pela Constituição de 1988, pelos tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil e, inclusive, por diversos precedentes do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Dodge.
"No tocante à igualdade, o ato da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro discrimina frontalmente pessoas por sua orientação sexual e identidade de gênero, ao determinar o uso de embalagem lacrada somente para “obras que tratem do tema do homotransexualismo [sic]”, destacou a PGR.
Para Dodge, há "censura genérica".
"A Bienal do Livro representa claramente evento no qual os autores e autoras, leitores e leitoras, exercitam tais direitos, que não podem ser cerceados pela alegação genérica de que tratam de 'tema do homotransexualismo'. O Estatuto da Criança e do Adolescente não deve ser aqui invocado, uma vez que o tema em questão não é ofensivo a valores éticos, morais ou agressivos à pessoa ou à família", expôs.
"Trata-se, na verdade, de censura genérica à abordagem de um determinado tema, o que é inadmissível de acordo com a Constituição de 1988", afirmou.
Fonte: G1
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