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Mães de filhos com doenças raras ganham apoio para cursar faculdade

Por Bruna Dias
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação | Tunisia Cores - Agência Educa Mais Brasil

Eulina Silva Farias, 38 anos, levava uma vida ativa até receber a notícia que transformou completamente a sua vida: estava grávida. Descobriu, pouco tempo depois, que o futuro Deividy Farias Batista apresentava sintomas da Síndrome Congênita do Zika Vírus. “Descobrir o diagnóstico foi terrível e desesperador. Ainda hoje é tudo muito difícil porque, apesar de o pai dele conviver comigo, não me ajuda nas atividades. Eu sou sozinha para praticamente tudo. É como se eu tivesse perdido a minha identidade”, conta.

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Hoje, com apenas três anos, Deividy depende da mãe nas sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia no Centro de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred); nas consultas com neuropediatras, pediatra, oftalmologista e nutricionista. Agora, Eulina ousa sonhar em montar o próprio negócio para dar uma vida melhor à família e entende que dar continuidade aos estudos é um passo importante na própria trajetória. “O ensino superior é importante para que eu possa me capacitar, ingressar novamente no mercado de trabalho e ser útil à sociedade. Penso em ser uma microempreendedora e a graduação em Logística vai me ajudar a gerir o negócio, ou até mesmo conseguir emprego, e ter como dar uma qualidade de vida melhor ao meu filho”, afirma.

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Foto: Divulgação

Projeto Mães Produtivas

Apesar do sonho, Eulina não imaginou que por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas conheceria o projeto Mães Produtivas, o qual oferta bolsas de estudo integrais específicas para mulheres que têm crianças com síndromes e doenças raras. O projeto foi idealizado pela ONG Alianças de Mães e Famílias Raras (AMAR) e o grupo Ser Educacional/UNINASSAU, em 2016, em Pernambuco, devido à grande incidência de casos de Microcefalia. A iniciativa, no entanto, foi ampliada para contemplar casos de crianças com outras condições.

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Em 2019, são 250 bolsas de estudo gratuitas em graduações e pós-graduações na modalidade Educação a Distância (EAD). “A ação foi criada para levar a qualificação profissional para essas mães, que não podem fazer aulas presenciais, pois são cuidadoras dos filhos. Mais de 70% das mães foram abandonadas pelos companheiros, muitas estão desempregadas e em processo de depressão”, ressalta o presidente do grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz. As inscrições estarão abertas até 10 de maio. As candidatas devem buscar informações por meio do telefone 4020-9734 (ligação local) e, em seguida, entrar em contato com o Núcleo de Atendimento ao Educando (NAE) da unidade de ensino para agendar o atendimento presencial.

As oportunidades estão disponíveis nas seguintes instituições: a Universidade UNIVERITAS/UNG, em Guarulhos; a Universidade da Amazônia (UNAMA), em Belém; os Centro Universitários Maurício de Nassau – UNINASSAU em Recife, Salvador e Maceió; o Centro Universitário Universus Veritas (UNIVERITAS), no Rio de Janeiro; as Faculdades UNAMA em Boa Vista, Porto Velho e Rio Branco; as Faculdades UNINASSAU em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Manaus, São Luís, Teresina e Aracaju; e as Faculdades UNIVERITAS em Belo Horizonte, Anápolis, Cuiabá e Palmas.

Enquanto mães estão em busca de participar do projeto pela primeira vez, a  estudante Valéria Santos foi selecionada na primeira edição, em 2016, e já está no 6º semestre da graduação. “Escolhi Pedagogia porque estar com crianças é um aprendizado para mim. Me identifico com a ideia de formar, não só bons alunos, que sejam capazes de tirar boas notas, mas que também possam ser cidadãos críticos e construtores dos seus conhecimentos”, afirma a mãe de Larissa Vitória Santos Ferreira, menina de cinco anos, que sofre de Microcefalia e paralisia cerebral.

Valéria conheceu as bolsas de estudo Mães Produtivas por meio da Aliança de Mães e Famílias Raras (AMAR), que atende atualmente 420 famílias de Pernambuco e idealizou o projeto em parceria com o grupo Ser Educacional/UNINASSAU. A ideia nasceu dos atendimentos feitos pela ONG às mulheres afetadas pelo surto da Síndrome Congênita do Zika Vírus. Segundo a fundadora e presidente da AMAR, Pollyana Dias, geralmente, eram mães muito jovens, não tinham rede de apoio – ou foram abandonadas pelos companheiros ou estes não cumpriam com as responsabilidades de pai – e questionavam sobre como voltariam a estudar, já que precisavam estar disponíveis para os filhos.

Redescoberta de sonhos

Devido ao alcance social e humanitário, Mães Produtivas é uma das mais belas e importantes iniciativas na área educacional, na opinião do presidente do grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz. “O projeto contribuirá com o processo de reencontros e redescoberta dos sonhos, de projetos deixados de lado; com o aumento da autoestima destas mães; com a possibilidade de melhorar sua qualidade de vida; e com o empoderamento que impulsionará a sua luta pela inclusão social do seu filho”, acredita.

As candidatas deverão participar do processo seletivo entre os dias 13 de maio e 10 de junho de 2019. Serão levados em consideração critérios como o grau de doença da criança; a situação acadêmica e socioeconômica das mães e famílias; as motivações e também as condições de estudo de cada mulher.

 

Fonte: Tunisia Cores - Agência Educa Mais Brasil

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