Rainha da Mangueira será piauiense Esperança Garcia na Sapucaí

Evelyn Bastos, 25 anos, rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira, viverá Esperança Garcia (considerada primeira mulher advogada do Piauí) na Sapacuí. No domingo, surgiu no ensaio técnico da verde e rosa na Sapucaí caracterizada como a escrava Anastácia, com correntes e mordaça. Dias depois, escreveu um texto cheio de significado nas redes sociais:
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“A escrava que marca a força feminina contra o assédio moral e sexual. A mulher que tornou-se objeto do desejo e obsessão do feitor da sua fazenda. Por nunca ter aceitado o assédio do rapaz, foi violentada e condenada a viver com uma máscara no rosto, que era retirada apenas para comer... Quantas Anastácias vivem com suas mordaças invisíveis defrontando com o assédio sexual, moral e psicológico? Convivendo com o racismo e desrespeito a cor da nossa pele? Em um período tão cruel e difícil, a escrava não fraquejou! A moça negra de olhos azuis marca tua história com bravura, resistência e muita fé! Anastácia vive em nós! O Quilombo, a favela tem voz Amordaçaram, não calaram! Não vão nos silenciar”.
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— A fantasia foi bem simbólica. A ideia não era abordar apenas a questão do racismo, queria falar com todas mulheres sobre assédio; trazer coragem e esse exemplo de força. Sabia que iria tocar as pessoas — diz Evelyn. — E escola de samba, na verdade, é escola de vida. No desfile, vou interpretar outra escrava, Esperança Garcia, a primeira mulher advogada do Piauí. Ao contrário do ano passado, em que usei um look econômico feito de vidro e tule, surgirei na Marquês de Sapucaí como rainha. Nada será simples. Esperança e todas nós merecemos essa homenagem.
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Desde 2014 no posto de rainha de bateria da verde e rosa, a moça tem tomado diariamente chá de camomila e erva cidreira para controlar a ansiedade. Ela afirma que não tem como se acostumar. Defender essa agremiação é uma grande responsabilidade, ela sabe.
— Carnaval é o único momento em que o mundo nota o pobre, o favelado e o suburbano, pois somos os artistas da festa. É importante que a rainha de bateria, a porta-bandeira e as musas sejam crias da comunidade(Evelyn mora com a família no Morro da Mangueira) . Com isso, mostramos que a menina não precisa estar na mídia para chegar lá. Basta ser quem ela é, estar em seu lugar. Sempre aparece gente disposta a comprar o cargo, são propostas fora da realidade. Subcelebridades já ofereceram R$ 600 mil por meu posto. Tudo para ter um ano de holofotes, é assustador. Se a fulana ama tanto o pavilhão, por que não pega essa grana e investe num dos nossos projetos sociais? Precisamos ter responsabilidade com o próximo.
Fonte: O Globo
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