Maioria do STF rejeita apoiar Alexandre de Moraes após sanções dos EUA

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a proposta de assinar uma carta conjunta em defesa de Alexandre de Moraes, após ele ser incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky, imposta pelo governo dos Estados Unidos. A medida americana proíbe que Moraes mantenha qualquer relação com o sistema financeiro ou econômico do país.
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O episódio escancarou o isolamento do ministro dentro da própria Corte. Segundo apuração do Poder360, mais da metade dos 11 ministros considerou inadequado que o STF emitisse um documento coletivo para contestar uma decisão soberana de outro país — mesmo tratando-se de um aliado estratégico como os EUA. A avaliação predominante foi a de que uma reação pública, ainda que simbólica, poderia agravar tensões diplomáticas desnecessárias.
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A proposta da carta partiu do próprio Moraes na quarta-feira (30.jul.2025), pouco depois de tomar conhecimento das sanções. Ele esperava apoio unânime dos colegas, mas foi surpreendido pela resistência. Sem consenso, optou-se por uma saída mais institucional: uma nota oficial em tom neutro, assinada apenas pelo presidente do STF, ministro Roberto Barroso. O texto divulgado sequer menciona os Estados Unidos ou as sanções.
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Tentativa de reconstruir imagem com Lula também fracassa
Com a repercussão negativa e o clima de divisão interna, buscou-se uma nova forma de demonstrar apoio simbólico a Moraes: um jantar no Palácio da Alvorada, organizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na noite de quinta-feira (31.jul.2025). O objetivo era reunir os 11 ministros do Supremo ao lado de Lula para uma imagem de unidade em defesa da “soberania do Brasil” — slogan de uma campanha publicitária em andamento promovida pelo Planalto.
Mais uma vez, o gesto fracassou. Apenas seis ministros compareceram ao evento: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Roberto Barroso. Faltaram André Mendonça, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Nunes Marques. A ausência de quase metade da Corte enfraqueceu o simbolismo político desejado pelo governo.
Nos bastidores, ministros avaliam que Moraes tem adotado uma postura excessivamente confrontadora, especialmente após sua decisão recente que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No mesmo despacho, Moraes sugeriu de forma velada que os Estados Unidos estariam agindo como “inimigos estrangeiros” do Brasil — linguagem que incomodou parte significativa dos magistrados.
A postura do ministro, somada à tentativa de mobilizar a Corte em sua defesa pessoal, vem sendo vista com crescente preocupação. Para ministros ouvidos reservadamente, Moraes está colocando o STF em rota de colisão com a diplomacia internacional e com parte do sistema político nacional.
O esvaziamento da carta e do jantar no Alvorada evidenciou uma fissura real entre os integrantes do Supremo. Ao tentar demonstrar força, Moraes acabou revelando o próprio isolamento.
Fonte: Com informações do Poder 360º
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