Brasil sai novamente do Mapa da Fome, aponta relatório da ONU

O Brasil está oficialmente fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28), durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, realizada em Adis Abeba, na Etiópia. De acordo com o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 (SOFI)”, o país atingiu a marca de menos de 2,5% da população em situação de subnutrição — patamar que o retira do mapa global da fome.
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A conquista histórica foi alcançada em tempo recorde: apenas dois anos após o retorno do Brasil à lista, em 2022, período considerado crítico para a segurança alimentar nacional. Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, sair novamente do Mapa da Fome era uma das prioridades do governo federal.
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“Era a primeira meta do presidente Lula ao assumir o mandato, com prazo até 2026. Atingimos em dois anos. Com o Plano Brasil Sem Fome, mostramos que é possível vencer a fome com trabalho, articulação e políticas públicas eficazes. Não há soberania sem justiça alimentar”, afirmou o ministro.
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Combate à fome e redução da pobreza
A saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado direto de políticas públicas voltadas à redução da pobreza, fortalecimento da agricultura familiar, ampliação da alimentação escolar e inclusão produtiva.
Essa é a segunda vez que o Brasil alcança esse feito. A primeira ocorreu em 2014, também durante um governo Lula. Após o desmonte de políticas sociais entre 2016 e 2022, o país voltou à lista, da qual agora se retira novamente.
Dados da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), usada pelo IBGE, apontam que cerca de 24 milhões de brasileiros deixaram a condição de insegurança alimentar grave até o fim de 2023.
Em paralelo, o país obteve avanços expressivos na redução da pobreza. A taxa de pobreza extrema caiu para 4,4% em 2023, a menor da série histórica. O desemprego também recuou, atingindo 6,6% em 2024, o menor índice desde 2012. O rendimento domiciliar per capita alcançou R$ 2.020, e o índice de Gini, que mede a desigualdade, caiu para 0,506 — o mais baixo da série.
Entre as 1,7 milhão de vagas formais criadas em 2024, 98,8% foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único, sendo 1,27 milhão beneficiários do Bolsa Família. Com o aumento da renda e a melhoria nas condições de vida, cerca de 1 milhão de famílias deixaram o programa em julho de 2025.
Plano Brasil Sem Fome e políticas integradas
O Plano Brasil Sem Fome articula ações como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), as Cozinhas Solidárias, o crédito via PRONAF para a agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e programas de qualificação profissional e empreendedorismo.
“Todas essas políticas atuam de forma coordenada. É essa integração que nos permite combater a fome de forma efetiva e garantir justiça social”, reforçou Wellington Dias.
Aliança global contra a fome
O Brasil também lidera esforços internacionais para o combate à fome. Durante a presidência do G20 em 2024, o país lançou a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, com adesão de 101 países, além de fundações e organismos multilaterais.
A iniciativa busca fomentar a cooperação internacional, atrair recursos e difundir tecnologias sociais que já demonstraram impacto, como no caso brasileiro.
“O Brasil dá exemplo de que é possível sair do Mapa da Fome com políticas públicas e vontade política. Mas isso é só o começo. Queremos um mundo com justiça alimentar e dignidade para todos”, concluiu o ministro.
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