Lula declara que Brasil cobrará impostos de empresas digitais dos EUA

Durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado nesta quinta-feira (17) em Goiânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil irá cobrar impostos de empresas digitais norte-americanas instaladas no país, como Google e Meta, dona do Facebook e do WhatsApp.

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A declaração foi feita em meio a críticas indiretas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, segundo Lula, teria se posicionado contra a tributação dessas plataformas no Brasil.

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“Ele [Trump] disse ‘não quero que as empresas americanas, as empresas de plataforma, sejam cobradas no Brasil’. Dizer uma coisa, o mundo tem que saber que esse país só é soberano porque o povo é soberano e tem orgulho desse país", afirmou o petista diante de milhares de estudantes.

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Ainda em seu discurso, Lula enfatizou que não permitirá que o discurso de liberdade de expressão sirva como escudo para práticas de desinformação e violência.

“Nós não aceitamos que, em nome da liberdade de expressão, vocês utilizem para fazer agressão, para fazer mentira, para prejudicar. Violência contra criança, violência contra as crianças, ódio contra as crianças, violência contra as mulheres…”, criticou.

O Congresso da UNE é considerado um dos maiores encontros estudantis da América Latina, reunindo mais de 15 mil universitários de todas as regiões do país. Tradicionalmente voltado a pautas sociais, políticas e culturais, o evento também conta com a presença de lideranças partidárias e movimentos sociais.

Apesar de o evento ocorrer em um dos principais redutos eleitorais da oposição — onde, em 2022, Jair Bolsonaro (PL) obteve quase 60% dos votos válidos - a cidade de Goiânia foi escolhida por seu simbolismo histórico. O estado de Goiás é terra natal de Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE e um dos principais nomes da resistência estudantil à ditadura militar. Guimarães está desaparecido desde o período do regime.

Com a fala, Lula reforça sua intenção de enfrentar as big techs no país e abrir espaço para um debate sobre regulação de plataformas digitais e soberania nacional.

Fonte: Com informações do Metrópoles