Bolsonaro lidera ranking de governos que mais ocultou dados de viagens oficiais

Desde 2014, o governo federal desembolsou pelo menos R$ 3,5 bilhões em viagens oficiais cujos detalhes foram mantidos sob sigilo, segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de S.Paulo com base em dados do Portal da Transparência. O montante inclui cerca de R$ 2,8 bilhões em diárias pagas a servidores não identificados e R$ 712 milhões em passagens aéreas.
Siga-nos: Facebook | X | Instagram | Youtube
A gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a que mais recorreu à prática: 16% das viagens feitas entre 2019 e 2022 tiveram nomes, cargos, destinos e justificativas ocultos. O sigilo bolsonarista foi mais amplo, encobrindo também as funções desempenhadas pelos viajantes e as razões dos deslocamentos.
Participe do nosso grupo: WhatsApp
A ocultação de dados não se restringe à era Bolsonaro. Durante os governos de Dilma Rousseff (PT), o percentual de viagens com informações não reveladas foi de 12%. Na gestão de Michel Temer (MDB), o índice chegou a 11%. Já no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o número é de 15% até abril de 2025.
Compartilhe esta notícia: WhatsApp | Facebook | X | Telegram
De acordo com a Lei de Acesso à Informação (LAI), o sigilo de dados públicos deve ocorrer apenas em situações excepcionais, como casos de segurança institucional ou atividades de investigação. Ainda assim, o uso recorrente da classificação como "reservada" levanta questionamentos sobre a transparência dos gastos públicos.
Procurado pela Folha, o atual governo Lula afirmou que segue os critérios legais para proteger informações sensíveis, especialmente relacionadas a deslocamentos da comitiva presidencial. Em nota, a Presidência da República reforçou que os dados são classificados como reservados quando sua divulgação pode comprometer a segurança do chefe de Estado.
O levantamento reacende o debate sobre os limites do sigilo em nome da segurança e a necessidade de maior controle público sobre os gastos realizados com recursos da União. Especialistas em transparência e controle social alertam que a ocultação excessiva compromete o princípio da publicidade e dificulta a fiscalização cidadã sobre o uso do dinheiro público.
Comente
-
PRF prende motociclista por dirigir alcoolizado na BR-316, em Barro Duro-PI
-
Homem é preso suspeito de tentar matar ex-esposa a facadas na zona Sul de Teresina
-
Preço do café cai pelo segundo mês consecutivo, aponta IBGE
-
Fux absolve Bolsonaro e condena Braga Netto e Cid pela trama golpista
-
Projeto que susta regras de aborto legal em crianças avança na Câmara
