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O BOM USO DA ÁGUA

Por Valmir M. Falcão Sobrinho
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Sou originário da região do médio Gurguéia, onde os poços jorrantes  de Cristino Castro e Alvorada do Gurgueia jorram agua em abundância no solo, sem uma racionalidade deste bem que é a agua.  Há uma preocupação constante de todos sobre a diminuição, ano a ano, do lençol freático.

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As questões do uso dos recursos naturais e da proteção do meio ambiente estão na ordem do dia. Só agora os homens acordaram para o fato de que a destruição da natureza leva consigo a destruição da espécie humana.

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 Apresento a seguir um relato resumido da questão do uso da agua:

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O Brasil é um país abençoado por possuir cerca de 20% da água do mundo. Isso é um privilégio quando se considera que só 3% da água do planeta são aproveitáveis e que esses 3% não são imediatamente utilizáveis porque uma grande parte está em geleiras longínquas e em aquíferos muito profundos. Na verdade, a quantidade de água que pode ser usada para alimentar os seres vivos, gerar energia e viabilizar a agricultura é de aproximadamente 0,3%.

A falta de água no mundo já é uma realidade. Até o ano 2025, cerca de 2,5 bilhões de habitantes do planeta estarão sem água adequada. Descobrimos, finalmente, que a água é um bem escasso. Por isso seu uso precisa ser racionalizado, em especial nas grandes aglomerações urbanas, onde os mananciais existentes já não dão conta de atender a população.

O descuido no uso da água desencadeia desastres de grandes proporções. No começo, contorna-se o problema com racionamento. Mas, aos poucos, a situação se agrava, e a falta de água acaba afetando o uso da terra, a alimentação dos animais, dos peixes, das aves e dos próprios seres humanos.

Para preservar a água, os especialistas recomendam elevar seu preço. Mas só isso não resolve. São Paulo,  por exemplo, -  cidade brasileira mais populosa,  onde o preço da água está entre os mais altos do mundo, desperdiça muita água porque as condutas são inadequadas.

O Brasil já possui uma lei das águas, promulgada desde  1997, cujo objetivo central é “assegurar a atual e as futuras gerações a necessária disponibilidade de água”. Já existe o  Conselho Nacional de Recursos Hídricos, com vistas a induzir ao uso racional da água, como também a existência de  um órgão específico para cuidar desse assunto, a Agência Nacional de Águas (ANA). O que falta, agora, é fazer a ação desses organismos chegar ao comportamento humano.

Nesse terreno, é muito importante combater os desperdícios que decorrem do mau comportamento dos usuários. No primeiro caso, estão os vazamentos das canalizações públicas, que respondem por grandes perdas de água. No segundo, estão os maus hábitos de quem esbanja água potável ou a usa para atividades menos nobres.

Por isso, além da ação fiscalizadora, o Brasil precisa de boas campanhas educativas,  necessitamos de mais civilidade no uso da água. Precisamos, portanto,  de uma mobilização que envolva a educação no lar, na escola, no trabalho, no lazer e ao longo de toda a vida dos cidadãos.O desperdício é grave.

Muitas cidades brasileiras já passaram por racionamento de água. É incrível que um país como o nosso, abundante em água, tenha de racionar um dos componentes mais fundamentais do crescimento econômico.

O Brasil ganhará muito se as escolas e as famílias ensinarem as crianças a não repetir os desperdícios praticados pelos adultos. É urgente intensificar nos currículos escolares e nos programas de televisão informações que levem os gastadores de água a controlar os maus hábitos.

A exploração subterrânea terá de aumentar, pois as águas superficiais dos mananciais vêm sendo ameaçadas por habitações irregulares e pelo despejo de dejetos em rios e represas – o que, mais uma vez, retrata uma grave falta de educação. Ou seja, as águas profundas também devem ser consumidas com responsabilidade, sobretudo porque não se conhece ainda a velocidade de reposição desses aquíferos. Se for muito lenta, a demanda pode superar a oferta e os aquíferos se esgotarão.

O resumo dessa trágica ópera é que falta água porque falta educação. Países como Israel e todo o Oriente Médio, que sofrem da escassez de água, ou como a China, que tem o lençol freático rebaixado de forma pavorosa a cada ano, ensinam seus povos a usar a água com inteligência. Será que teremos de chegar ao “fundo do poço” para aprender a economizar essa benção de Deus? Temos de agir já e de maneira firme e solidária.

Por fim, penso ser essa uma questão de responsabilidade de cidadão e, sobretudo, de ser humano que tem por obrigação pensar no futuro de seus semelhantes.

Valmir Martins Falcão Sobrinho

Advogado e Economista

 

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