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Por que não nos importamos

Por Redação
| Canal Ciências Criminais

Por Pedro Magalhães Ganem

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Era pouco mais de meio dia, no caminho para o trabalho, Rubens percebe que o trânsito próximo ao vão central da ponte estava parado.

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– Trânsito uma hora dessas? – murmurou.

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Dez minutos se passaram e nada do trânsito fluir.

Rubens já estava impaciente, tinha uma reunião marcada e não podia se atrasar.

Levantou do carro, olhou para frente, mas não conseguia ver o que tinha acontecido; olhou pra trás, a fila de carros era enorme e já se perdia de vista.

Entrou no carro novamente e ligou o rádio para saber notícias sobre o trânsito, quando soube que era uma pessoa que ameaçava se matar, pulando da ponte.

Já tinha 1h de interdição do trânsito e a situação não demonstrava melhorar.

Nervoso, Rubens resolveu desligar o carro e caminhar até o local da interdição para saber quanto tempo ia demorar para liberar o trânsito, pois não podia esperar mais.

Quanto mais Rubens se aproximava, mais ele ouvia a reclamação dos outros motoristas. Ouvia um dizer que era pro cara pular logo, outra dizia que quem quer se matar não enrola, vai lá e pula, dentre várias outras afirmações inacreditáveis.

Chegando no local, Rubens (que já estava nervoso) repetia tudo aquilo que foi ouvindo no caminho.

Lá na frente, mas sem ver a pessoa que tentava retirar a própria vida, Rubens e mais um ou outro que estava por perto começaram a falar em voz alta:

– Pula logo que eu estou atrasado! Não dá para parar a cidade só porque alguém quer se matar!

Como se tivesse ouvido a reclamação, a pessoa que estava pronta para pular fechou os olhos, respirou fundo e deixou o corpo cair da ponte, vindo a morrer.

Algumas pessoas gritaram, outras até choraram, mas pouquíssimos minutos depois tudo se acalmou, todos entraram no carro, o trânsito seguiu e cada um foi para o seu compromisso.

Rubens ficou um pouco impressionado, não imaginava que aquela situação aconteceu, mas logo criou uma explicação que lhe eximisse a responsabilidade:

Provavelmente ele nem ouviu o que eu disse, ia pular de qualquer jeito.

Ao chegar no trabalho, a reunião já tinha acontecido, só que Rubens viu uma incomum movimentação na sua sala.

Quando abre a porta, todos estavam cabisbaixos, tinham acabado de receber a notícia de que Manoel, filho de Rubens, morreu.

Tinha acabado de pular da ponte.

Não nos damos conta de como nossas ações, mesmo que pequenas, geram resultados inimagináveis. Tenhamos mais compaixão, mais amor para com o próximo.

Fonte: Canal Ciências Criminais

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