A Polícia Civil do Piauí investiga um esquema envolvendo dois advogados suspeitos de utilizar denúncias falsas e dossiês forjados como forma de pressionar magistrados e influenciar decisões judiciais, principalmente em processos cíveis relacionados a conflitos agrários.

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De acordo com o delegado Tales Gomes, o método seguia um padrão. Primeiro, os advogados protocolavam denúncias no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra juízes e desembargadores, acusando-os de favorecer determinadas partes ou de liberar presos em audiências de custódia. Pouco tempo depois, os próprios denunciantes desistiam do processo e pediam retratação. Essa sequência, segundo a polícia, configurava uma tentativa de coação, ao expor os magistrados a constrangimento e suspeita.

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Além disso, os advogados elaboravam dossiês com informações falsas e os repassavam diretamente aos juízes ou divulgavam em grupos de WhatsApp de advogados e jornalistas, com o intuito de minar a reputação dos magistrados e aumentar a pressão sobre suas decisões.

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Um dos episódios relatados à polícia mostra a forma de intimidação: um advogado entrou no gabinete de um juiz e deixou um dossiê sobre sua mesa, sem qualquer explicação formal.

O delegado explica que a prática também envolvia ataques à honra dos magistrados. Em pelo menos um caso, um dos advogados teria acusado um juiz de interferir em processos, o que caracteriza crime de calúnia.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (21) em residências e escritórios dos investigados, na zona Leste de Teresina. A investigação segue para levantar provas de como o esquema era articulado e quais processos podem ter sido influenciados.