O Carnaval de 2023 movimentou cerca de R$ 8,2 bilhões no turismo do Brasil, segundo estimativa da CNC (Confederação Nacional do Comércio). O valor representa um aumento em relação aos 2 anos anteriores, quando a comemoração do feriado foi impactada pela pandemia de covid-19.

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Em uma análise econômica, o turismo impacta 52 seguimentos da economia, gerando um em cada nove empregos no mundo. Segundo dados do Ministério do Turismo, o Brasil é a sexta economia mundial no turismo, com aproximadamente 3 milhões de trabalhadores no setor, contribuindo com 3,7 % do PIB nacional. Já no mundo, o setor turístico contribui com 7,5 % do PIB mundial. Uma verdadeira inclusão social. E o carnaval se insere neste contexto.

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O carnaval brasileiro gera emprego e renda, promove o desenvolvimento econômico através da indústria do turismo, que tem nos serviços de transporte (aéreo, marítimo e terrestre), de hospedagem e de alimentação sua base. As indústrias de bebidas e de fabricação de instrumentos musicais são importantes.

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Dentre as capitais brasileiras, a cidade do Rio de Janeiro se destaca pela movimentação de turistas e na arrecadação, além da venda de ingressos, de camarotes, dos patrocínios, direitos de transmissão de televisão, gerando, algo em torno de R$ 2,2 bilhões para a economia da cidade. O carnaval de 2023 fez a Prefeitura do Rio de Janeiro arrecadar R$ 25,7 milhões em impostos sobre serviços (ISS) relacionados ao turismo. Foi o melhor resultado para o mês de fevereiro desde o início da série histórica da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento (SMFP), iniciada em janeiro de 2011. Esta foi a segunda maior arrecadação de ISS de turismo do município, atrás apenas da Copa do Mundo de 2014, que teve a final no Maracanã e que rendeu R$ 26,1 milhões em 2014.

A saudade do Carnaval, represada pela pandemia em anos anteriores,  movimentou  em 2023  milhões de foliões no Brasil e tornou a festa  uma das maiores e melhores dos últimos tempos. Tradicionais destinos como, Olinda e  Recife (PE) e o Estado de Minas Gerais, por exemplo, registraram recordes de público e de movimentação econômica durante os dias de folia. A capital pernambucana contou com 2,7 milhões de foliões e R$ 2 bilhões na economia. Já o Estado mineiro contabilizou 11 milhões de pessoas e R$ 1,5 bilhão de movimentação econômica. Os números fazem parte de balanço divulgado pelo Ministério do Turismo no último balanço do carnaval de 2023.

Na cidade de São Paulo (SP), no carnaval de 2023, a   festa movimentou mais de R$ 2 bilhões. Segundo a Polícia Militar, por dia, 4,5 milhões de pessoas aproveitaram a folia na capital paulista. No Distrito Federal e em Florianópolis (SC) foram 3 milhões de pessoas, sendo 1,5 milhão para cada destino. No Rio de Janeiro, blocos reuniram pelo menos 1 milhão de pessoas.  Na Bahia, foram cerca de 2,7 milhões de visitantes em todo o estado, sendo mais de um milhão em Salvador (BA), números acima do registrado na pré-pandemia, quando foram 2,3 milhões e 800 mil, respectivamente. Em Olinda (PE), o Carnaval reuniu mais de 3,9 milhões de pessoas durante os dias de folia, com um incremento de R$ 382 milhões na economia da cidade. Em São Luís (MA), mais de 2 milhões de pessoas aproveitaram a folia.  O setor hoteleiro também foi beneficiado com o período. Em João Pessoa (PB), a média de ocupação hoteleira superou os 90%. Em todo o Estado da Bahia, no Rio de Janeiro e em Recife, a média foi igual ou superior aos 95% de ocupação. Quem também quase lotou sua rede hoteleira foi Olinda. A terra dos bonecos gigantes registrou taxa de 98%, segundo a prefeitura local. Já em São Luís (MA), o índice chegou a 80%. Uma verdadeira revolução  no setor hoteleiro.

O carnaval de 2024, com  boas expectativas, segundo especialistas da área do turismo,  gera uma enorme  cadeia produtiva do setor, que já aposta em um crescimento maior do turismo neste ano em relação ao carnaval de 2023.

Viva a nossa cultura popular. Viva o Carnaval, uma das maiores festas populares do mundo que tradicionalmente reúne multidões pelo país, movimenta a economia e gera milhares de empregos.

Valmir Martins Falcão Sobrinho

Economista e Advogado